Se acompanha as notícias relacionadas com o crime informático é provável que saiba que Evgeniy Bogachev foi adicionado à lista dos mais procurados do FBI por crimes informáticos. Bogachev foi identificado nos documentos judiciais norte-americanos esta semana como “o líder de um gangue de criminosos com base na Rússia e na Ucrânia, responsável pelo desenvolvimento e operação dos esquemas maliciosos GameOver Zeus e Cryptolocker “.
Estes dois sistemas foram utilizados para a execução de uma série de crimes informáticos desprezíveis que roubaram milhões de dólares aos consumidores, empresas e até mesmo a organizações sem fins lucrativos. O malware GameOver Zeus criou uma botnet que ajudou a espalhar o Cryptolocker, código usado para encriptar os ficheiros das vítimas e extorquir dinheiro num esquema conhecido como ransomware. Porém, o GameOver Zeus também foi utilizado para roubar dados pessoais e dinheiro através da realização de transações bancárias fraudulentas usando as contas das suas vítimas. (As soluções da ESET detectam e removem o malware desde 2012 com o nome de detecção Win32/Spy.Zbot.AAU, conforme descrito pelo nosso Virus Radar).
O estado actual
As várias medidas tomadas pela polícia esta semana, combinadas com outras repressões recentes, como a efectuada contar os Blackshades, pode muito bem representar um grande salto em frente na luta contra o cibercrime, uma vez que envia uma mensagem clara aos responsáveis, dizendo-lhes que não são intocáveis . Não, nem todos são presos, mas muda certamente o estilo de vida do criminoso.
As várias partes envolvidas nessas acções merecem o nosso louvor e gratidão.
O cibercrime tem vindo a evoluir a uma escala industrial com a intenção de ganhar dinheiro com as pessoas que dependem de computadores nos seus negócios e no dia a dia. De acordo com o FBI, os prejuízos atribuíveis aos GameOver Zeus rondam os 100 milhões de dólares.
O que se segue
Prevê-se um maior progresso em três frentes. Em primeiro lugar, a procura pelas pessoas mencionadas nas denúncias recentes e injunções, e que esperamos que resultem em apreensão e acusação. Isto terá um efeito dissuasor forte em alguns criminosos virtuais actuais e aspirantes.
Em segundo lugar, vamos assistir a novas acusações relacionadas com outras operações de crimes informáticos. Não é segredo nenhum que as empresas de segurança como a ESET e os nomeados pelo FBI no takedown GameOver Zeus estão activamente envolvidas em investigações em curso.
Em terceiro lugar, vemos o público cada vez mais consciente para as práticas de segurança informática. Gostaríamos que a tecnologia resolvesse todos os problema relacionados com o crime informático, mas não pode. Para se reduzir o crime informático serão necessários esforços sustentados visando a aplicação da lei, a todos os níveis, desde o local até à cooperação internacional. Empresas e consumidores também terão de fazer a sua parte para evitar a propagação de malware e impedir o acesso não autorizado a sistemas e dados. Isto significa o uso consistente de um forte anti-malware, um forte sistema de autenticação e uma forte encriptação. Juntos, podemos fazer a diferença.