Desde que o Regulamento Geral de Proteção de Dados entrou em vigor tem havido um olhar mais atento à forma como as empresas tratam os dados dos seus clientes. A propósito disto, a organização francesa responsável pela aplicação desta diretiva europeia, a CNIL, multou a Google em cinquenta milhões de dólares, pelo não cumprimento das suas obrigações no âmbito deste regulamento.
Esta é a multa mais cara atribuída até então pelo não cumprimento do RGPD. É também a primeira vez que um gigante de tecnologia é afetado por esta situação.
A CNIL afirmou que esta multa foi emitida porque a Google não revelou informações suficientes aos utilizadores acerca da política de consentimento, e não provou que controlava devidamente utilização da informação recolhida.
Segundo o regulador, estas informações ainda têm de ser retificadas pelo gigante dos motores de busca. Ao abrigo do RGPD, as empresas têm de ter o consentimento do utilizador antes de recolherem quaisquer dados.
Apesar de uma multa de cinquenta milhões parecer algo enorme, é relativamente pequena comparativamente aos limites máximos impostos pelo RGPD. A lei refere que uma empresa pode ser multada até um máximo de quatro por cento das receitas globais. no caso da Google que facturou 33.74 mil milhões de dólares no ano passado, isto traduzir-se ia numa multa muito maior.
Esta não é a primeira vez em que são atribuídas multas devido ao RGPD. Em Dezembro último, um hospital português foi multado em 400 mil Euros, e um mês antes uma rede social alemã que guardava as passwords dos utilizadores sem qualquer tipo de encriptação, por tal, foi multada em 20 mil euros. Na Áustria foi também atribuída uma multa a uma loja que tinha uma câmara de segurança que estava a filmar espaço público. A multa foi de 4800 euros.
