O serviço de mineração de criptomoeda Coinhive vai fechar

No próximo dia 8 de março o Coinhive vai fechar e a mineração de criptomoedas através deste serviço vai deixar de ser possível

O Coinhive vai deixar de funcionar no próximo dia 8 de março. O anúncio foi feito pela equipa responsável por este serviço através de um comunicado e dias antes no seu blog oficial, no qual explicam que o projeto requer muito trabalho e deixou de ser rentável economicamente. Apesar de, a partir dessa data, o serviço de mineração deixar de operar, os utilizadores ainda poderão aceder às suas contas até 30 de abril.

O Coinhive é um serviço de mineração de criptomoeda, que oferece um mineiro no JavaScript para acrescentar sites e minerar moeda. Desta forma, os utilizadores executam o mineiro diretamente do seu browser.

A razão do encerramento e a data escolhida

Para entender um melhor o encerramento da Coinhive, a investigadora de segurança da ESET, Cecilia Pastorino, explica que desde o ano passado que a equipa de desenvolvimento da Monero tem vindo a lançar atualizações de software que procuram fortalecer o algoritmo da criptomoeda. Estas atualizações foram pensadas para evitar que grandes empresas, que utilizam mineiros muito potentes, tenham vantagens na mineração de moeda. Todavia, esta atualização ao seu algoritmo de Proof of Work fez com que a taxa de hash (velocidade de processamento da rede) diminuísse em mais de 50%, realizando apenas metade dos cálculos por segundo e, portanto, diminuindo a rentabilidade para os mineiros, explica.

A investigadora da ESET refere ainda que, no próximo dia 9 de março de 2019, a equipa de desenvolvimento da Monero planeia lançar uma nova atualização de software reforçando as medidas de segurança para continuar a evitar a mineração massiva, o que complicaria novamente a atividade do Coinhive. A isto junta-se ainda o facto de que o valor das criptomoedas diminuiu consideravelmente nos últimos anos. A Monero, que há um ano valia cerca de 300 USD, caiu para os atuais 50 USD.

A Coinhive e a sua relação com o cryptojacking

Outro problema com a Coihive é que nos últimos anos muitos hackers injetaram o seu script para minerar Monero em distintos sites tentando aproveitar-se da capacidade de processamento dos utilizadores de forma oculta, ou seja, sem o seu consentimento. Este fenómeno, denominado de cryptojacking, foi detetado em várias oportunidades e diversas campanhas que, ao contrário do que a própria equipa da Coinhive recomenda, fizeram uso do mineiro sem avisar os utilizadores aproveitando-se do facto de não vir com um interface de utilizador.

Em 2018 vários casos aconteceram com o uso de Coinhive em campanhas de cryptojacking, em que hackers exploraram vulnerabilidades para aceder de forma ilegítima a sites governamentais dos Estados Unidos e Reino Unido e minerar criptomoedas ou casos como a campanha de cryptojackingque se aproveitou de uma vulnerabilidade nos routers Mikro Tik que afetou por exemplo o Brasil.

Mesmo considerando as iniciativas de beneficência que utilizaram o Coinhive para causas humanitárias, como foram as campanhas da UNICEF através da mineração de criptomoedas, a boa notícia é mesmo que aquelas campanhas de cryptojacking ativas que utilizem este mineiro também vão deixar de acontecer com este encerramento a 8 de março.

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