Como a dark web se está a espalhar pelas redes sociais

Hoje, atividades ilegais ligadas à dark web estão a ser conduzidas em serviços de comunicação instantânea e redes sociais “a céu aberto”.

Esta é principal conclusão de uma investigação da ESET, que detetou a venda ilegal de drogas, dinheiro contrafeito, bem como de certificados digitais COVID-19 em plataformas como o Telegram e o TikTok.

O que motiva a expansão da dark web para as redes sociais?

O encerramento constante de mercados ilegais na dark web, assim como a dificuldade de atrair clientes aos cantos mais obscuros da Internet, têm motivado a expansão dos negócios ilegais para as redes sociais “mainstream”. O principal protagonista desta investigação é o serviço de comunicação instantânea Telegram. Esta plataforma gratuita ganhou popularidade graças à sua política de uso centrada na privacidade das comunicações. Aliás, foi precisamente o seu caráter privado que chamou a atenção de cibercriminosos. Atualmente, estes agentes maliciosos vendem todo o tipo de produtos e serviços ilegais através da aplicação legítima.

A ESET descobriu grupos no Telegram onde são conduzidas atividades ilegais, alguns dos quais contam com centenas de milhares de membros. Eles podem ser localizados numa questão de momentos e com apenas alguns cliques, abrindo o novo mercado negro a uma audiência anteriormente inacessível. Similarmente, também no TikTok, uma plataforma não encriptada, já foram detetadas contas que, de forma destemida, tentam vender drogas aos seus utilizadores. Por outras palavras, foi revelado mais um canal de comunicação legítimo que é neste momento usado por traficantes, assim como para negócios fraudulentos.

A dificuldade de apanhar cibercriminosos na “web aberta”

Os cibercriminosos estão a tirar partido da proteção da privacidade implícita em serviços como o Telegram. Juntamente com as redes privadas virtuais (Virtual Private Network – VPN), além de outras ferramentas para escapar à captura, é quase impossível localizar quem utiliza o Telegram para negócios ilícitos. Mesmo quando os dispositivos são apreendidos (como acontece por vezes em grandes operações) é pouco provável que sejam encontradas provas suficientes nos dispositivos devido às características das “disappearing messages” e outras técnicas populares.

As autoridades competentes estão cada vez mais preparadas para combater o cibercrime, porém trata-se, em todo o caso, de uma perseguição de natureza sensível. Apesar da política de moderação mais permissiva do Telegram poder ser alvo de críticas, a comunicação encriptada e a privacidade dos utilizadores são mais-valias para a cibersegurança geral. Para responder à proliferação dos mercados ilegais no serviço, o Telegram filtrou algumas palavras-chave que deixaram de poder ser pesquisadas pelos utilizadores. Por outro lado, os cibercriminosos têm procurado contornar essa medida criando e divulgando novas palavras para que os produtos e serviços permaneçam pesquisáveis.

Em suma, o Telegram e outras redes sociais continuarão provavelmente a ser utilizados de forma mais dúbia, contribuindo para o mercado negro. Os canais que permitem a privacidade serão sempre favorecidos por quem quer permanecer escondido. Posto isto, é vital que todos os utilizadores se mantenham conscientes do problema.

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