A Apple retirou uma popular aplicação da Mac App Store após investigadores de segurança descobrirem que a app acedia ao histórico dos utilizadores e enviava estes e outros dados para servidores remotos.
Antes da sua remoção pela Apple, a app, designada Adware Doctor, era a quarta aplicação paga mais popular na loja e a app paga líder na categoria “utilitários”. Ela era promovida enquanto ferramenta indicada para o aumento da segurança e privacidade dos utilizadores, prometendo evitar que malware e ficheiros maliciosos infetassem o Mac. Adicionalmente, a app anunciava conseguir impedir publicidade do género pop-up de incomodar os utilizadores.
O comportamento ilegal da app foi revelado num vídeo proof-of-concept de uma pessoa investigadora de segurança que dá pelo nome de utilizador de Privacy 1st no Twitter. As suas descobertas foram mais tarde confirmadas e descritas por outro investigador, Patrick Wardle, nesta publicação.
Quando executada pela primeira vez, a app pedia ao utilizador permissão para aceder ao diretório home do sistema e a todos os sub-diretórios e ficheiros abaixo dele. Apesar de não ser uma solicitação incomum, a app Adware Doctor ia além do que seria expectado. Entre outras coisas, a app criava um arquivo protegido por palavra-passe chamado history.zip que continha o histórico dos utilizadores de browsers como o Safari, Chrome e Firefox. Regularmente, o ficheiro era transmitido para servidores que pareciam estar localizados na China, o país de origem dos responsáveis pela aplicação.
Outros dados enviados sem a permissão dos utilizadores incluíam uma listagem de processos em execução na máquina e histórico das pesquisas dos utilizadores na Mac App Store.
Antes de ser retirada da loja, a app recebeu milhares de reviews positivas, que lhe valeram uma classificação quase perfeita de 4.8 estrelas. A autenticidade da classificação é, no entanto, questionável.
A Adware Doctor era vendida por 4,99 dólares e anunciava estar na loja em desconto relativamente ao seu preço habitual de 14,99 dólares.
